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Olá pessoal! A Paiol resolveu ficar mais perto de você e estamos lançando esse blog. Aqui você vai conhecer um pouco mais da nossa trajetória e utilizaremos
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O Estado de Minas Gerais é uma riqueza diversa do artesanato, reconhecido nacional e internacionalmente. A abundância de recursos naturais, como ouro e prata, explorados no Ciclo
Olá queridos clientes, blogueiros e visitantes! Faz um tempo enorme que não postamos nada no blog, mas iremos retomar, pois sentimos a necessidade de cada vez mais
Nascido em 1935 na cidade de Bezerros, um povoado à época de apenas 500 habitantes no interior de Pernambuco, J. Borges é um dos mais reconhecidos artistas do Nordeste, Patrimônio Vivo do seu estado e referência internacional de xilogravura popular brasileira. Suas xilogravuras refletem tanto a realidade do dia a dia quanto o folclore do sertão nordestino, e representam de forma criativa as diversas simbologias dessa região.
Desde sempre envolvido no sustento da família, fazendo colheres de madeira para vender em feiras ou fabricando brinquedos artesanais, o pequeno José Francisco Borges já era fascinado por literatura, especialmente a de cordel, tão popular no sertão e que, diz ele, funcionava não apenas como diversão, mas também como forma de aprendizado de leitura.
Um dia, já com uns vinte e poucos anos, Borges trabalhava como vendedor de cordéis na região quando resolveu se aventurar numa empreitada diferente: a de ser o escritor de suas próprias histórias. Entusiasmado pelo sucesso da primeira publicação (O Encontro de Dois Vaqueiros no Sertão de Petrolina, ilustrada por Mestre Dila), logo ele foi produzindo outras, o que demandava achar artistas para criar as capas. Sem recursos para pagar esses ilustradores, Borges não se deixou abater. Pegou um pedaço de madeira e, mesmo com pouca experiência, produziu a primeira das centenas de xilogravuras para cordéis, seus e de outros autores, que ele ilustraria ao longo de sua vida. Com o passar do tempo, já nos anos 1970, incentivado por artistas e intelectuais como Ariano Suassuna, seu trabalho com xilogravura ganhou primeiro fama nacional, para logo em seguida tornar-se internacional, com exposições na Europa, América Central e EUA, levando a esses lugares todo o imaginário do Nordeste brasileiro.
Hoje com 82 anos, J. Borges ainda vive em Bezerros, e produz suas xilogravuras, agora, com a ajuda de seus filhos
A história da artista plástica Nenê Cavalcanti é um daqueles felizes exemplos de redescobertas que a vida às vezes nos oferece. Nascida em 1948 numa família de agricultores com poucos recursos na cidade de Alagoa Nova, interior da Paraíba, Maria das Neves Cavalcanti Moreira descobriu logo cedo que o sertão tanto impõe dificuldades quanto pode também oferecer oportunidades. E uma dessas oportunidades, para ela, era o barro.
A vida em Alagoa Nova nos anos 1950, principalmente numa família com quinze crianças, tornava impossível para seus pais comprarem brinquedos para todos os filhos. Então, a solução era aprender a brincar com o que a natureza tinha para oferecer. Com a ajuda das irmãs, Nenê foi assim gradualmente aprendendo a trabalhar o barro para fazer os próprios brinquedos e outros objetos que ela quisesse ou que a casa necessitasse.
Muitos anos mais tarde, já morando na capital, Nenê primeiro trabalhou um tempo como enfermeira, para, em seguida, trocar de profissão e se tornar pedagoga. Trabalhando com crianças excepcionais nos anos 1980, ela sentiu que precisava de mais recursos para interagir com elas. Resolveu então fazer um curso de artes plásticas e foi aí que aquele trabalho com barro da infância começou a voltar para a vida da futura artista. Gradualmente, Nenê foi se envolvendo com a ideia de produção artística e, quando percebeu, já tinha mudado mais uma vez de profissão.
Passados muitos anos da sua infância, depois de mudanças de rumo e redescobertas, Nenê Cavalcanti estabeleceu-se finalmente como ceramista e professora de artes plásticas. Suas figuras femininas, anjos, máscaras, corpos nus e gordos e peças abstratas feitas em cerâmica e metais reciclados, todos extremamente delicados, já renderam a ela vários prêmios, e são hoje considerados referência estética do estado da Paraíba.
Localizado a 18km do município de Pão de Açúcar (que como o famoso cartão postal carioca, também tem sua estátua do Cristo Redentor), o povoado da Ilha do Ferro é uma pequena comunidade encravada no sertão do estado de Alagoas. Margeando o imponente Rio São Francisco, esse local de pescadores transformou-se ao longo das últimas décadas em um dos polos de artesanato mais conhecidos do Nordeste. E foi a partir desse pequeno povoado que o trabalho do pescador, agricultor e artesão José Petrônio Farias dos Anjos ganhou o mundo.
Influenciado pelos trabalhos de Fernando Rodrigues (primeiro artesão local de destaque e inspiração quase que unânime para todos os demais artistas que trabalham hoje na Ilha do Ferro), Petrônio, como é conhecido, resolveu enveredar pelos caminhos da escultura em madeira em 2002 e, já em 2005, suas peças de estilo peculiar começavam a receber os primeiros convites para exposições na capital.
Corpos alongados e retorcidos, animais com bocas vermelhas assustadoras cheias de dentes afiados e bichos imaginários de duas cabeças são algumas das suas criações mais notórias, esculpidas em troncos de madeira já morta ou respeitando os formatos de raízes criados pela própria natureza. Esses e outros trabalhos têm hoje compradores em diversos estados brasileiros, já foram vendidos para países como Itália e Alemanha, e renderam a Petrônio o prêmio de Artista do Ano de 2014, dado pela Comissão do Museu Théo Brandão de Folclore e Antropologia.
Essas e outras peças estão expostas ao ar livre no Sítio Estrelo, propriedade do artista próxima à Ilha do Ferro onde ele mora com a esposa e seus dois filhos desde 2011.
Não é à toa que o cearense Espedito Velozo de Carvalho é conhecido como Espedito Seleiro. O artesanato com couro que lhe dá fama até hoje está no sangue da família há gerações, primeiro com seu bisavô, depois com Gonçalves Seleiro, seu avô, e, por último, com Raimundo Seleiro, seu pai, principal professor, e por décadas um dos mais renomados artesãos do estado. Apesar de ser hoje um nome conhecido na moda nacional, com trabalhos em parceria com marcas como Cavallera e desfile na São Paulo Fashion Week, o nome Seleiro ganhou fama inicialmente com seu pai, muito por causa da seguinte história.
Nos anos 1930, Raimundo já tinha uma boa experiência no trabalho com couro fabricando selas, cintos e vestimentas usadas por boiadeiros da região de Nova Olinda, na região do Cariri. Um dia, apareceu um senhor em sua loja com uma encomenda peculiar: sandálias de couro de sola quadrada. Mesmo sem experiência em sapataria, Raimundo acabou aceitando a encomenda e, dias mais tarde, quando o mesmo senhor voltou para buscar os produtos, o artesão descobriu a verdade. Ele havia realizado um pedido feito por Lampião em pessoa, e que agora estava adornando os pés não apenas do famoso cangaceiro, mas também de Maria Bonita e de seu bando. A fama de bom artesão, ganha com a ilustre encomenda, cresceu pelo Ceará, incentivando Raimundo a criar uma série de outros produtos.
Ao longo dos anos, além de levar adiante o legado do pai, Espedito Seleiro se desenvolveu ele mesmo como um dos maiores mestres do artesanato em couro no país. Em sua oficina, localizada também em Nova Olinda, entre filhos, genros, noras e sobrinhos, trabalham hoje 22 artesãos. Eles fabricam sapatos, bolsas de diversos tamanhos, cintas, chapéus de vaqueiro e outros produtos, todos em couro costurado a mão. Os padrões coloridos, uma das marcas de seu trabalho, foram inspirados pelas vestimentas dos ciganos que passavam pela região. Elas dão aos produtos um visual ao mesmo tempo tradicional e muito moderno. Em 2014, Espedito (hoje com 78 anos) criou em sua cidade o Museu do Couro, com a intensão de manter vivo o legado de seu trabalho e o de seus antepassados
Hoje em dia, o nome Dr. da Borracha é sinônimo de produto artesanal de qualidade, feito com materiais naturais, de forma sustentável, e cheio de espírito brasileiro. Contudo, essa história de sucesso começou muito antes, num tempo em que esse doutor ainda era só um seringueiro em meio a centenas de outros trabalhando no coração da selva amazônica.
Pouca gente sabe que, antes de ganhar o apelido de Dr. da Borracha, José Rodrigues de Araújo era apenas mais um dos inúmeros trabalhadores pobres fazendo a extração de látex nas matas do município de Assis Brasil, no estado do Acre. Acompanhando seu pai e seu avô desde os 10 anos, José desenvolveu nas décadas seguintes o respeito pela mata e a intimidade com a borracha que influenciariam sua decisão mais tarde de mudar de rumo e tornar-se também artesão.
A semente dessa mudança foi plantada em 2004 após assistir a um curso dado pelo pessoal do Laboratório de Tecnologia Química (Lateq) da Universidade de Brasília, no qual ele aprendeu a técnica de trabalhar a borracha chamada Folha Semiartefato (FSA). Baseada no uso de coagulantes especiais (que dispensavam as penosas horas rodando a seiva na fumaça), José percebeu as potencialidades da nova técnica e se colocou de imediato a criar objetos como sapatos e bolsas, que logo foram aceitos por seus parentes e conhecidos, incentivando-o a seguir com a produção.
Passados 14 anos, o Dr. da Borracha, trabalha hoje em Epitaciolândia, na comunidade Nova Esperança, e fabrica mais de 400 peças por mês. Um dos artesãos mais reconhecidos do Acre, ele representa também um exemplo de relação sustentável com a natureza e do poder do artesanato para mudar vidas. A partir do primeiro sapatinho de borracha colorida feito para seu filho de 3 anos, nasceram diversos modelos de cores e formatos diferentes – femininos, masculinos e unissex – que já ganharam direito até a exposição numa feira de design na Itália em 2014.
Houve um tempo no qual os trabalhos realizados pelos artistas do interior paulista eram vistos como de pouco valor, meros enfeites baratos para quem não podia adquirir peças mais refinadas. Mesmo existindo como Associação desde o início do século XX (uma das mais antigas do Brasil), as Figureiras de Taubaté só passaram a ganhar respeito do meio acadêmico após serem conhecidas pelo importante folclorista Rossini Tavares de Lima nos anos 1940. Influenciado pela reformulação da noção de cultura popular nacional criada por Mário de Andrade, Tavares de Lima passou a incentivar a ideia da importância de seu artesanato como forma de arte representativa da cultura do estado de São Paulo.
Inicialmente, os artesãos de Taubaté criavam pequenas esculturas em barro representando o Divino, santos, presépios e outros temas religiosos, como era o caso do trabalho de Maria Conceição Frutuoso, artesã famosa por restaurar a imagem da santa Imaculada pertencente à igreja local, e muito influente na região. Com o passar do tempo, alguns artesãos começaram a diversificar sua produção, criando outros símbolos folclóricos do Vale do Paraíba, como bois, carneiros, aves e raposas. Desse trabalho com outras “figuras” nasceu o nome que denomina a associação.
Da mesma forma como o jongo é a forma musical mais representativa de São Paulo, as peças criadas pelas Figureiras de Taubaté representam hoje um dos exemplos icônicos do artesanato desse estado. O pavão azul, figura mais emblemática dentre as produzidas em Taubaté, é hoje considerado o símbolo do artesanato paulista.
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